Estavam dançando no salão vazio, sem música alguma. Ouvia-se apenas a respiração ofegante, o atrito de dois corpos rígidos e os sapatos se movendo no chão. O som de fora não atrapalhava, o recinto ficara distante naquele momento de todo o mundo lá fora. Só existiam os dois no instante.
A dança foi intensa, braço ia para
um lado enquanto o outro se ocupara com um diferente movimento, os pés seguiam
um ritmo, ora se encontraram fazendo parte da coreografia dos corpos suados.
Mãos iam de encontro e separavam em poucos segundos. Boca se encontrava ao
pescoço, a pele arrepiava.
De um lado era um corpo gasto pelo
tempo, provindo de outras danças corriqueiras, de danças cruciais e sem
sentido. Do outro o corpo mais belo e intocável, porém mais dançante impossível.
Era simples conduzi-lo, parecia ser feito próprio para os movimentos. A carne
era macia, os músculos se entrelaçavam com a batida do som.
Poucos minutos. Apenas uma dança. Os
corpos se juntaram, formaram um só. Atingiram a felicidade mútua. Os olhos se
encontraram. A música ainda tocara, em cada cabeça. Corpos se separam. Mágicas
acabam. Danças como estas são raras, mas acontecem.
Encantador, muito mágico esse texto.
ResponderExcluirQue lindo e sensual!
ResponderExcluirGostei muito :)
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